Secundário rumo à ETAR da Rabada

No dia 9 de março, o grupo de alunos que integram as turmas do 10º ano A e B teve a oportunidade de compreender como funciona uma ETAR, a convite da Câmara Municipal de Santo Tirso, tanto numa perspetiva mais económica como científica.

A partida deu-se pelas 9h30 da manhã, quando o autocarro cedido pela câmara levou os alunos até ao seu destino: a ETAR da Rabada.

A ETAR da Rabada corresponde a uma estação de tratamento de águas residuais, como a própria sigla indica. Contudo, esta ETAR recebe os seus resíduos especialmente da indústria têxtil e vestuário, predominantes no Vale do Ave, tendo assim equipamentos especializados para lidar com este tipo de águas residuais.

Os sistemas têm como objetivo a melhoria da qualidade da água da região, fortemente lesada por todas as indústrias poluentes localizadas na zona, tendo o Rio Ave já sido o mais poluído da Europa, perdendo esse estatuto após anos de esforços.

Como muitas outras ETAR, na da Rabada, o tratamento da água é dividido em quatro partes, a saber: o tratamento preliminar, onde se separam os resíduos sólidos de grande volume dos restantes, através de grelhas ou esperando que a água repouse. Após esta primeira fase, vem o tratamento primário, onde se procura equalizar o caudal, separando-se também as lamas e partículas pequenas, através da floculação, sendo os restos obtidos tratados através de um processo de digestão anaeróbia. O tratamento secundário reside em processos biológicos, seguidos de processos físico-químicos, usando-se, no caso da ETAR da Rabada, métodos aeróbios, através de bactérias, floculando os produtos biológicos e transformando-os numa lama que é, em seguida, seca e prensada. Por último, a solução resultante dos três primeiros processos é privada dos seus organismos patogénicos, no tratamento terciário.

Para uma realização de um tratamento mais específico e adequado às águas residuais da indústria têxtil, a ETAR da Rabada possui a ozonização em torres de contacto, que permite remover a cor do efluente e acerto de pH, pela injeção de CO2.

Todos estes procedimentos e muitos outros foram explicados aos alunos do 10º ano pela responsável da ETAR, que revelou grande prontidão em responder a todas as perguntas dos alunos e ainda explicar as curiosidades dignas de interesse, como por exemplo a presença acentuada de cotonetes na 2ª fase de tratamentos, quando a maior parte dos objetos de tal volume ficava apenas pela primeira.

É importante destacar que os presentes tiveram a oportunidade de aprender mais sobre as ETAR e o seu funcionamento. O regresso à escola ocorreu por volta do meio-dia, após os alunos se terem já habituado ao cheiro pestilento que emanava das águas residuais e terem desfrutado de um encontro com a “mascote”, uma cadela que apreciou muito a visita de tantas pessoas.